O Homem e o Mar
Os caminhos da pesca na Baia da Ilha Grande
A Baia da Ilha Grande é território de populações caiçaras, cujo modo de vida é tradicionalmente baseado na agricultura e na pesca. Ao longo do século XX, fazendas de banana dividiram espaço com roças familiares. A pesca artesanal também conviveu com a industrial. A instalação de dezenas de fábricas de beneficiamento de sardinha nas vilas locais por imigrantes japoneses impulsionou a produção pesqueira em escala.
Até hoje, a captura com linha, redes de espera, covos e cercos flutuantes coexistem com a pesca industrial. Embora nos anos anteriores, Angra dos Reis tenha batido recordes de produção de sardinha, esse número foi reduzido drasticamente em 2017. A diminuição da disponibilidade de outras espécies é notada pelos profissionais do mar. Nesse contexto, a maricultura vem sendo desenvolvida como uma alternativa e complementação ao extrativismo. O cultivo de vieiras e a criação do peixe bijupirá se espalham em pequenos módulos pelas enseadas da Ilha Grande.
O turismo e atividades relacionadas ao petróleo e gás demandam espaço na baia e trabalhadores. A criminalização de práticas pesqueiras artesanais por órgãos ambientais e a ausência de políticas públicas também contribuem para o desprestígio do segmento.
A pesca guarda grandes significados simbólicos e culturais para os povos da costa. A relação do homem com o mar é fortificada e renovada por essa prática que exige conhecimento íntimo das dinâmicas das águas, dos ventos e dos seres marinhos.
A proposta desse programa, portanto, é conduzi-lo pela Baia da Ilha Grande a partir dos caminhos da pesca. O roteiro contempla vivências pelas fazendas marinhas das Enseadas do Bananal e Sítio Forte e pelos cercos flutuantes e pesca industrial em Provetá. O desembarque pesqueiro no centro de Angra dos Reis e o cotidiano das marisqueiras são parte das visitas. Os conflitos entre pesca e legislação ambiental são tema de uma interação na vila e no mar de Tarituba.
Duração: 3 dias
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